sexta-feira, 15 de junho de 2012

Mulher Guerreira, Divina, Majestosa

Lembro me da primeira vez que a vi, chegou de taxi, um fusca, em meados dos anos 70 os fuscas estavam em alta. O taxi parou em frente ao portão e eu a vi entrar por entre os jardins cheios de margaridas, rosas e adalias enrolada numa manta amarela, majestosamente sendo carregada pela minha mãe.
Queria ve-la, pega-la, estava muito curiosa, mas ninguém nem percebeu a minha presença. Corri atrás do cortejo que a seguia, entrei em casa em meio o alvoroço de tias, tios, primos, avós. E ela estava lá, em seu trono berço com todos seus suditos ao redor.
Esta é a lembrança mais antiga que tenho desta mulher que até hoje, a vejo rainha, linda, majestosa, dona de si, que sabe realizar seus desejos com a sabedoria dos grandes líderes, sabe ceder e ser firme, sabe ser arrojada e discreta ao mesmo tempo.
Deixou seu manto amarelo para se vestir de guerreira, amazona destemida, lider suprema, mas que as vezes se veste de coelhinho ou de palhaço para fazer feliz uma amiga ou a irmã, que pode ser odalisca e a musa do poeta. É mãe, esposa, enfermeira, psicologa, pluma e muralhara ao mesmo tempo. Mulher de longos braços acolhedores, que resolve todos os conflitos com tranquilidade nunca vista. Soberana...
Mas as vezes como todas as mulheres no fundo dos olhos há um grito: Quem me acolhe!? Quem me acolhe!?
Embora me vejo de braços curtos, te digo, estou aqui irmã querida!

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