domingo, 22 de maio de 2011

Duendes na Radial Leste - Rivotril parte 2

Certa vez voltando tranquilamente pra casa pela Radial Leste, avenida grande com varias pistas que corta toda a Zona  Leste de São Paulo, vindo da casa da minha irmã, quando de repente vários duendes pequenos e verdes pularam na frente do meu carro, sacudiam e o empurravam para a calçada. O desespero tomou conta de mim, queria fugir, mas não tinha para onde, estava cercada, eu pedia por socorro, mas ninguém me ouvia e um deles gritou: Chama o Samu! e logo em seguida apareceu ao lado do carro um lutador de sumo enorme e começou a arrancar a porta do lado do motorista. Eu gritava desesperadamente, até que conseguiram arrombar a porta e um duende entrou, pegou minha bolsa, tirou  minha agenda e começou a ler a minha lista de contatos, eu não entendia nada e ele me perguntou: Quem é Erika? Não respondi com medo que fizessem mal a minha irmã também, ele continuou: Ela é sua irmã? Nós temos que falar com ela! Não respondia nada estava apavorada, tentava conter o choro mas não conseguia sentia as lágrimas escorrendo pelo rosto, o estômago doendo de pavor. Este duende ficou do meu lado por um tempo mexendo em todas as minhas coisas e os demais do lado de fora gritando e pulando freneticamente. Até que entrou também no carro um duende que aparentemente era do sexo feminino, este era mais sério, me olhou bem nos olhos como se pudesse dominar a minha mente e falou: Se você não sair teremos que amarra-la! Neste momento ouvi a voz do meu cunhado, não conseguia entender o que ele dizia devido a gritaria do lado de fora, mas percebi que ele argumentava com alguém. Então tive coragem e disse:  Quero ficar com meu cunhado! Ela respondeu: Você vai! Mas primeiro tem que sair do carro e me acompanhar. Pensei um pouco, embora estava com muito medo me sentir melhor sabendo que ele estava lá, então concordei e sai. Do lado de fora vários duendes me pegaram e me empurraram para dentro de outro veiculo tão rápido que fiquei tonta, queria fugir de novo mas me obrigaram a deitar numa maca e prenderam meus braços e pernas, quando ia gritar vi meu cunhado entrando, ele estava calmo e sorriu para mim, então me acalmei e acredito ter adormecido, pois não me lembro de mais nada.
Acordei na casa da minha irmã deitada no sofá, ela estava do meu lado me olhando e perguntei: O que aconteceu? Me respondeu com a voz bem pausada: Você passou mal no meio da Radial e foi socorrida pela Polícia Militar e os Bombeiros, ligaram aqui avisando. Olhei para ela, seus olhos estavam cheios de lágrimas...


domingo, 15 de maio de 2011

Era uma vez...

m um reino muito, muito distante na Zona Leste de São Paulo, morava uma familia muito alegre e feliz. Marido,  esposa e seus três filhos duas meninas e um menino, viviam de forma muito simples, mas nada lhes faltava. O homem era forte trabalhador dedicado a familia adorado por todos que o conheciam pela sua alegria e bondade, estava sempre disposto a ajudar quem precisasse, a mulher com muito carinho e atenção passava o dia cuidando da casa e dos filhos, que por sua vez eram elogiados por todos que os conheciam devido a educação e grande beleza.



Tudo estava em perfeita harmonia, até que um dia passando pelas redondezas um velho e horroroso duende muito malvado e invejoso, com seu coração de pedra, incapaz de amar qualquer coisa por mais boa que ela fosse, ficou indignado ao ver a felicidade e simplicidade daquela familia, não entendia como poderiam ser tão felizes morando num lugar tão distante com toda aquela simplicidade. Assim resolveu ficar por ali esperando uma oportunidade de atrapalhar e acabar com a felicidade daquele lar. Se escondeu num terreno baldio e ficou esperando uma chance de entrar na casa, pois estes seres só entram quando as pessoas permitem mesmo que sem querer.


Se passaram vários dias e nada de uma chance aparecer, até que um dia o marido vindo do servido foi convidado por amigo para participar de uma partida de bilhar, ele queria muito ir para casa encontrar seus filhos, sua esposa e descansar, negou o convite mas o amigo insistiu muito então resolveu ir, afinal ele merecia uma distração de vez em quando, porém acabou se distraindo muito e demorou a voltar para casa. Ao chegar em casa a esposa estava furiosa, pois ela o estava esperando para o jantar e começam uma briga cada um justificando seus motivos. Por causa da briga esqueceram a porta  aperta e o duende mais que depressa entrou na casa e se alojou debaixo da escada que dava para o lado de cima da casa. o casal nem percebeu o intruso, depois de muito discutir resolveram fazer as pazes o marido pediu desculpas e a mulher o entendeu, foram dormir abraçados com muito amor  e tranqüilidade. 


Mas logo na manhã seguinte toda vez que a mulher passava pela escada o duende que tinha ouvido tudo falava para a mulher de forma que ela pensasse que a voz do duende era seus próprios pensamentos - Você vai perdoá-lo assim tão fácil? Você ficou horas esperando, ele nem se importou com você! Ele não te ama, deve ter outra! A mulher passou o dia ouvindo estas palavras e quando o marido chegou ela estava de cara feia, mal humorada, o marido não entendeu, mas deixou pra lá e ficou calado, jantou e foi dormir mais cedo.


No dia seguinte, novamente toda vez que a mulher passava pela escada o duende falava- Viu como ele não te ama, nem perguntou o que você tinha, esse marido não vale nada! Não te merece!- A mulher ficou tão aborrecida com o que ouviu o dia inteiro que nem falou com seus filhos naquele dia, quando um deles se aproximava mandava-o sair, ir brincar. A noite serviu o jantar mais cedo para os filhos, jantou e foi deitar antes que o marido chegasse.


Os dias se passaram assim, o duende falando mentiras horríveis do marido e a mulher cada vez mais aborrecida, o marido não entendia nada, mas não tinha tempo de perguntar atarefado com o trabalho que lhe tomava todo o tempo. Quando chegou o final de semana a mulher não suportava mais olhar para a cara do marido e foi visitar sua mãe com os filhos. O marido até que gostou da idéia, pois já fazia um tempo que desejava ficar um pouco sozinho para relaxar. O duende festejou era a vez dele atormentar o marido, e foi o que fez, toda vez que o marido passava pela escada ela falava - Será que sua esposa foi mesmo para casa da mãe, onde será que ela está realmente, as mulheres são ardilosas, cuidado! Você está sendo enganado! Ela nem te espera mais para jantar, deve estar jantando com outro! - A tarde o marido já estava louco, já via a mulher com outro homem, pegou o telefone e ligou para a casa da sogra, mas foi informado que sua esposa tinha indo com seus filhos e sobrinhos a padaria comprar sorvete pois a tarde estava muito quente. O homem desligou o telefone e ouviu: - Viu, ela não estava e sua sogra a está ajudando! Claro, ela nunca gostou de você mesmo!


 A noite a mulher voltou para casa relaxada e com saudade do marido, mas o encontrou enfurecido, louco querendo saber onde ela tinha passado o dia, não adiantava a mulher dizer na casa da mãe, ele não acreditava. Brigaram e brigaram muito e por muitos e muitos dias, aborrecidos não conversavam com os filhos que começara a se sentir sozinhos e a brigarem entre si. Logo a casa que era só alegria virou um lugar de tristeza e rancor, parecia que até o sol não entrava mais pelas janelas e o lugar ficou escuro e sombrio. Quanto mais a familia se desentendia mais feliz o duende ficava.


A tristeza em toda aquela familia foi tão grande que o marido adoeceu, ficou de cama, as brigas pararam, mas infelizmente e a alegria não voltou pois só se ouvia os gemidos de dor do pobre homem, os filhos choravam cada em seu canto, escondidos cada com sua própria angustia. Os amigos se afastaram e ninguém mais elogiava aquela familia que se transformou numa pobre familia sofrida.


Um dia a filha mais nova perdeu sua boneca, a unica coisa que a alegrava naqueles tempos tão horríveis, sua tristeza foi tão grande que começou a adoecer também, porém desta vez a mãe falou não vou deixar minha filha sofrer, chamou os outros e pediu que todos procurassem a boneca da irmã, imediatamente todos comeram a procurar por todos os cantos da casa, até o pai mesmo muito fraco ajudou como pode, ate´que encontraram a boneca escondida num canto bem escuro debaixo da escada, a alegria tomou conta de todos por terem feito algo juntos depois de muito tempo isolados e deprimidos. Se abraçaram e se beijaram e neste momento o duende começou novamente a falar procurando gerar a intriga, mas o som das risadas e das conversas alegres eram tão intensas que ninguém ouvia a voz do duende, que foi ficando sem poder e fugiu  pois nada poderia ir contra aquele amor tão grande e verdadeiro que voltou a reinar.




terça-feira, 3 de maio de 2011

Leões

Assim como o principezinho de Antoine de Saint-Exupéry que apagava seus vulcões e retirava os baobás para que não destruissem seu pequeno planeta, afago meus muitos leões.
Todas as manhãs os alimento de mim, para que não devorem quem amo, para que não destruam meu pequeno mundo, porém as vezes a carne é pouca e a força ínfima permite que alguns escapem para se saciarem com a carne alheia. Velo os restos, o que mais poderia fazer! Sinto o desejo de me entregar ao delírio da viagem eterna, ingressar na espaçonave laranja e viajar com meus velhos amigos de outrora.
Venham me levem!
                               ...
No instante seguinte peço uma segunda chance.
Amanhã serei mais forte, afagarei com mais amor e a delicadeza de minhas mãos terão o poder das mais fortes correntes e todos estarão a salvo de mim.






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