domingo, 27 de fevereiro de 2011

Casamentos





Nestas voltas da vida tive a oportunidade de encontrar com uma colega de trabalho em três momentos bem distintos e distante um do outro ( este é lado bom de estar com mais idade)
No primeiro nós duas estávamos casadas e tínhamos filhos pequenos, meu casamento estava agonizando e ela apaixonada sempre se referindo ao marido com expressões carinhosas relatando gestos de carinho que tinham frequentemente.
No segundo momento eu estava separada, trabalhando freneticamente para sustentar meus filhos sozinha, tentando me apegar a qualquer sinal de amor nos casais, para poder acreditar que finais felizes existiam e eu que não tido sorte. Ela com o olhar um tanto tristonho, ainda casada, porém sem brilho, se referia ao marido como o “outro lá em casa. Depois de pensar muito, passei um óleo de peroba na cara e perguntei sobre a mudança, ela pensou um pouco me respondeu: “Nossa, nem me lembrava mais disso!” No terceiro novamente estávamos casadas, eu no segundo casamento, ela com o mesmo marido, apesar dela não se referir a ele com todas as expressões apaixonadas de antes tinha  o olhar feliz e era perceptível  o amor, o respeito e a dedicação de um para com o outro.
A convivência com casais hipócritas e os traumas do meu casamento me fizeram acreditar que amor verdadeiro entre homens e mulheres não existia, relacionamento era uma questão circunstancial e superficial. No entanto quando me encontro com estes raros casais que há anos estão juntos, que souberam resgatar os sentimentos apesar das atribulações que às vezes acontecem, sou contagiada pela crença no amor que a tudo resiste, no amor que faz duas pessoas viverem buscando o bem estar mutuo, que se respeitam e se admiram. Talvez eu esteja com um olhar romântico ou sonhador, mas quero acreditar que um dia eu também terei meu final feliz assim como nos contos de fadas. Ainda busco o meu  lived happily ever after


sábado, 19 de fevereiro de 2011

Rivotril



Estava vegetando na sala de espera do HSPM, ou melhor dizendo estava  apenas respirando pois os vegetais fazem fotossíntese e naqueles dias da minha vida eu desejava nem se quer mais respirar, estava lá sendo resguardada pela minha irmã e meus filhos, seres Divinos com enorme habilidade de me trazer de volta a vida, sempre me tirando da hibernação mental com algum comentário. Como já disse, eu estava lá ausente de mim, quando levei uma cotovelada, levantei a cabeça lentamente olhei para minha irmã mais lento ainda, que sorrindo me apontou com o olhar duas mulheres que conversavam sentadas a nossa frente.
Uma vestida de preto com os olhos caídos, expressar triste, angustiado olhando para a companheira como se nada enxergasse, a outra com um lenço colorido na cabeça, vestindo uma saia verde forte horrível, muitas blusas, segurando no colo um monte de sacolas amassadas, com olhar frenético típico dos freqüentadores da psiquiatria falando alto "- Rivotril é muito bom, sou muito feliz agora, pede pro seu médico, é muito bom".
Eu que tomava um comprimido do dito calmante a cada quatro horas e as vezes passava noites em claro pensei, o que tem de bom nisso? Bom é sentar no sofá assistir desenho comendo pipoca, bala de goma e sorvete. Bom é correr no parque descalço na grama. Bom é sentar na praia sentir o sol e ouvir o mar. Bom é ouvir "Pela luz dos  olhos teus" tocada pelos meus filhos. Bom é acordar de manhã abraçar quem a gente ama e dormir de novo. Bom é conseguir gargalhar. Em meio a estes pensamentos olhei para as duas mulheres... apertei o braço da minha irmã e pensei "por favor não me deixe ficar assim", me virei para a janela lá fora o dia estava claro, ensolarado uma árvore balançava com o vento, observei o movimento das folhas com seus  vários tons de verde e sem perceber hibernei novamente.



sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Delírio

Vou até a cozinha abro a geladeira, olho e nada me interessa...  Abro o armário pego uma pacote de bolacha, leio o rótulo só por não ter nada pra fazer, a guardo novamente. Ando devagar, vasculho mentalmente os armários pensando em tudo o que eu possa comer: as frutas na fruteira, pipoca no armário, pão, comida nas panelas... Uma xícara de chá cairia bem agora? Não! Será que estou com fome? Acho que não? Por que este desejo que não entendo? Preciso de algo, preciso devorar alguma coisa... Estou tensa, preciso comer, mas nada me interessa, que horror! 
Volto para sala, olho para a pilha de DVDs ao lado da TV e não quero ver nada. Minha pele dói, me queimo por dentro. Me lembro do seu cheiro, do seu gosto, do seu calor, lembro de suas mão firmes em mim, lembro de todo seu corpo sobre o meu, o som da sua respiração domina meus pensamento, me solto no sofá e me entrego a você em meu delírio.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

O Príncipe encantado






ra uma vez em sua página do orkut bem, bem tarde da noite, uma jovem divorciada com dois filhos encontrou um scrap encantado de um  rapaz que outrora estudaram na mesma escola. Ficou maravilhada ao saber que apesar de não se verem a quase vinte anos ele ainda se lembrava de seu rosto.


Imediatamente trocaram telefones, conversaram muito, riram muito, lembraram da adolescência em comum e marcaram de se encontrar.
O encontro aconteceria no dia seguinte as dezenove horas. Com muita ansiedade começou a se arrumar, não via a hora de se encontrar com aquele que seria seu grande amor, porém com a emoção deste reencontro esta jovem divorciada se esqueceu de um fato crucial.
Há alguns meses um terrível e medonho bruxo,  a tinha seduzido fazendo a acreditar que estavam tendo um relacionamento sério e respeitoso até que de repente este mal caráter e malévolo sujeito a desrespeitou e a agrediu violentamente. Sem dúvidas ela se afastou dele, cortando toda e qualquer forma de comunicação. No entanto algumas semanas depois sentindo-se diferente a pobre jovem percebeu que estava grávida. Com muita coragem decidiu que aquela pequena criança que começava ser gerada em seu ventre seria apenas sua e de mais ninguém.
E chegou o dia e a hora do grande e esperado encontro, ela estava muito eufórica, olhando as horas a cada minuto com medo de se atrasar. Quando seus olhos se cruzaram depois de tanto tempo, um frio correu pelo seu corpo, seu estômago congelou, sua voz não saída, ficou paralisada olhando para os olhos dele. O elegante rapaz lhe sorriu docemente, beijou o rosto e disse: "Oi, Tudo bem?".
Passaram uma noite encantadora, jantaram, conversaram, andaram de mão dadas, estavam tão envolvidos que não perceberam o caminhar das horas. Quando o relógio fez um bip assinalando meia noite, carinhosamente o encantador rapaz a beijou.
Nesta hora a jovem divorciada se lembrou do inocente em sua barriga e não sabia o que fazer, o receio de nunca mais voltar a ver aquele que acabara de roubar seu coração, a deixou em desespero, e agora o que faria? Contaria a verdade e correria o risco de jamais ver de novo seu único e verdadeiro amor? O rapaz percebendo a aflição de sua companheira, quis saber o que estava acontecendo. Com a voz embargada a pobre contou seu infortúnio.
Inusitadamente, ele afagou seus longos cabelos negros, olhou-a  nos olhos, sorriu, pegou-a pela cintura levantando e girando-a no ar dizendo: " Isso não importa, eu quero ficar com você",  logo depois se casaram e viveram felizes para sempre.


sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Sozinho



"Às vezes no silêncio da noite          
Eu fico imaginando nós dois
Eu fico ali, sonhando acordado
Juntando
O antes, o agora e o depois..
Não sou nem quero ser
O seu dono
É que um carinho as vezes
Cai bem
Eu tenho os meus
Desejos e planos
Secretos!
Só conto prá você
Mais ninguém..."
Peninha

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Kharma



Será que quando nascemos existem registros em nosso livro da vida, pré determinados com tarefas a cumprir?
Ou será que os fatos acorrem aleatoriamente?
Fiz terapia por anos e não consigo responder por que certos acontecimentos se repetem em minha vida. Li vários livros de auto ajuda, espiritualidade, energia, metafísica e por ai vai. Dizem que através de meus pensamentos, minha manipulação de energia, minhas escolhas, meus apegos, meus desejos, traço os acontecimentos.
Já segui vários métodos para romper este ciclo vicioso de solidão. Lembrando que solidão não é estar sozinha, mas estar sem mim.
Por algum motivo às vezes me perco, me sinto criança em meio à multidão sem pai nem mãe, sem mamadeira, sem cama quentinha. Nestes dias fico em casa, choro, assisto filmes românticos, danço, canto, faço crochê, costuro,  olho pro céu e chamo por Deus, durmo e sou atendida, acordo nova para seguir em frente e encontrar o caminho das flores.
Ainda bem que existe a noite entre os dias, revigorando a esperança e a Fé.


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