sexta-feira, 25 de março de 2011

Sorria e Acene


Conversando com meu filho mais velho sobre um fato ocorrido com ele, perguntei se não havia ficado aborrecido, me  respondeu com a mais sabia expressão: "Para mim  o melhor é sorrir e acenar".
Isso não saiu da minha mente, adotei como método de sobrevivência.  Aprendi que por pior que possa parecer a situação a melhor opção é sorrir. Pode ser um risinho amarelo, ou uma grande gargalhada, cada qual em seu momento apropriado, mas o melhor é sorrir sempre e fazer o que deve ser feito, não importa os olhares, faça o que tem para  fazer com um grande sorriso e seja grato por isso. Seja qual for o tamanho da dor, mesmo que seja aquele sapato lindo que acaba com seu pé, sorria! Mesmo que aquele colega de trabalho chato, que você tem vontade de jogar pela janela, não para de puxar assunto, sorria! Se seu chefe teve novamente aquela crise de todo poderoso e sobrou pra você, sorria! Se dormiu chorando ( no travesseiro pode) acordou com os olhos inchados passe uma maquiagem e sorria! Se levou um fora daquela pessoa que julgava o grande amor da sua vida, vá até o travesseiro e depois sorria! Pode parecer loucura, mas sorrir faz a vida ser mais leve. Sorrindo podemos conseguir muito mais do que sendo sisudo, taciturno.
Experimente, abra bem os olhos, alinhe a coluna, relaxe a expressão do rosto, use e abuse das expressões:
BOM DIA!
BOA TARDE!
BOA NOITE!
OBRIGADO!
QUE GENTILEZA!
QUE ÓTIMO!
QUE LINDO!
MARAVILHOSO!
PARABÉNS!
POR FAVOR!
POR GENTILEZA!
DISPONHA!

Sem ironias ou segundas intenções, claro! Ou apenas... sorria e acene!




sexta-feira, 18 de março de 2011

Memórias Acadêmicas

Na doce infância cor de rosa, fazemos coisas sem entender o porquê ou para que, apenas fazemos, não entendemos os propósitos do adulto, apenas vivemos as sensações, os aromas, os sons, as cores que vão ficando gravados em nossa mente.



Assim me lembro da minha infância, uma mistura de sensações e sentimentos.
O que me aguardava no futuro? Não importava... apenas vivia.



Quantas pessoas passaram em minha vida? Quantas me deixaram e quantas eu deixei pelo caminho? Quantas mudanças... Doces... Amargas... 
Quantas lembranças...


Da primeira professora com sua mão macia e seu olhar severo,ao compartilhar com os colegas os bancos acadêmicos.
Quanto do que era quando cheguei ainda resta nesta mistura que me tornei?
Já fui aluna, professora, bailarina, fada, princesa, mãe, esposa, já sorri, já chorei e hoje quem sou?







Lembro de rostos que passaram em minha vida, muitos colegas, amigos, alunos e professores a cada dia mais rostos ficam para trás, alguns ficam no sentimento outros apenas nas fotos.





Voltarei a vê-los? Não sei .
Sei apenas que não sou a mesma, que cada dia troco de pele, acrescento um ponto, uma vírgula, um capítulo em minha história.
Das coisas que fazia sem entender, muitas eu entendo agora, outras eu ainda apenas vivo.





Gostaria que as letras tivessem o poder de transmitir som, aromas e sentimentos, desta forma eu poderia realmente expor as minhas memórias, a sensação dos abraços que recebi, as frases que ouvi,o cheiro da cama da minha mãe, o olhar orgulho do meu pai,a magia dos almoços de domingo, os sorrisos dos meus alunos, o primeiro choro dos meus filhos, os aplausos, os beijos apaixonados, as músicas que me fazem chorar e sorrir, tudo que ensinei e aprendi. Todas as sensações que me fizeram ser quem estou sendo e me fazem pensar em quem serei...








sexta-feira, 11 de março de 2011

A minha morte

Morri quando tinha entre 4 e 5 anos, lembro como se fosse hoje as mãos me pegando e me empurrando para dentro do guarda roupa, do cheiro da roupa guardada, a dor, as lágrimas escorrendo pelo meu rosto, o medo, o desespero, a voz ameaçadora, o conformismo mortífero, a roupa suja de sangue que sepultei no milharal ao lado da casa.
Na pequena cova jazia junto com a peça de roupa suja de sangue minha inocência infantil, o colorido dos domingos de sol, a alegria de correr simplesmente, o riso solto, o abraço sem compromisso, o carinho fraterno.  
Virei um fantasma num vazio corroído pelo medo, pela insegurança, depois pela raiva e rancor.
Passava horas imaginando como unir corpo e alma, como terminar o que haviam começado sem dó. Me via afogada no fundo do poço do quintal, atropelada por um carro desgovernado ou simplesmente desejava que qualquer febre me levasse para junto da minha alma de criança.
Os anos passaram tão rápido que não deu tempo da dor passar, as vezes me pego vagando sem rumo procurando a vida que se foi, então me entrego às vidas que recebi, da infância feliz que vivi nos olhos dos filhos,  me encontro e ressuscito todos os dias.




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