sábado, 7 de fevereiro de 2015

Leões II

Priscila Genaro
Como já disse, dentro de mim existem vários leões famintos e ferozes que luto para domá-los, pois a voracidade destes é tamanha que temo por mim mesma. Todos os dias enfrento-os, agarro-os e os acalmo com o desejo verdadeiro de estar em Paz, mas em certos momentos Menthu impera. Abro os braço, deixo-os livres...Vão! Devorem! Saciem-se da carne e da alma daqueles que me fazem mal.
Acredito no perdão e na palavra Divina, mas ainda não consigo dar a outra face, consigo me calar e esperar o momento certo. Não procuro por vingança, sou ocupada demais pra isso. No entanto se o destino irônica ou tragicamente une os caminhos outrora separados pelas  falcatruas e ações inescrupulosas...Me sinto como o felino na caça, pronta para saciar a fome de uma década.
Impiedosa, cresço, sou um gigante, sinto o prazer em ver o olhar perdido, a fala tremida e embaraçada, a incapacidade de olhar nos meus olhos comum da escumalha.Sinto o cheiro do medo. Sou o algoz...
Depois...Com sua pelagem suja e os lábios ainda molhados pelo sangue da carne fresca, os leões retornam tranquilos na calma pós orgasmática.  O alivio sucumbe a culpa e por um tempo dormem na paz da suposta justiça feita... Recolho minhas feras na amorosidade da mãe com o recém nascido, a Paz volta a reinar em minha mente e meu coração abranda. Gatinhos domesticados até encontrar outra "honesta" e "confiável" velha amiga.  
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