segunda-feira, 16 de julho de 2012

Felicidade Plena

Acredito que nascemos para sermos felizes, porém em alguns momentos nos esquecemos disto fazendo de nossas vidas um labirinto, com direito a minotauros devoradores de donzelas. Mas basta seguir aquele fiozinho deixado estrategicamente pela fé e conseguimos sair ilesos destas armadilhas.

Me lembro dos momentos mais felizes da minha vida, no primeiro deles aparentemente estava inconsciente, mas minha mente estava tão ativa quanto agora escrevendo este texto. Após o parto do meu filho mais velho    tive uma parada respiratória, me lembro de voar pelo quarto e ver os médicos correndo pelo corredor e entrando no quarto, mas nada daquilo era importante eu estava plena, numa felicidade plácida nunca sentida em toda minha vida.  Lembro de voar através das paredes até o berçário, onde estava meu bebê, quando o olhei pensei: Preciso respirar, ele precisa de mim. Neste momento senti meu corpo cair na cama, abri os olhos vi os médicos me olhando e falando meu nome e outras coisas que não conseguia entender, estava com uma mascara de oxigênio e todo o meu corpo doía muito. 
Na segunda vez, eu estava realmente acordada. Até conhecer o yoga e aprender a praticá-lo eu sofri de insônia e numa destas noites em que o sono se faz inexistente, coloquei meu segundo filho na minha cama após amamentá-lo, onde já dormia o mais velho e o pai deles, meu marido na época. Fiquei ali contemplando-os até que o dia foi amanhecendo, o quarto ficando cheio daquela luminosidade da aurora, eles estavam tão lindos que todo aquele cenário era a representação da perfeição naquele momento, novamente me senti plena de felicidade, como se eu e o cosmo fossemos únicos.
Na terceira vez, também estava inconsciente. Adoro ir até a feira japonesa na Praça da Liberdade para comer comidas típicas, num destes passeios de domingo, estava muito quente e a feira muito cheia. Após comprar bifun para mim e para meus dois filhos, senti como se algo apertasse meu peito me sufocando, entreguei meu prato para o rapaz que eu namorava e desmaiei. Segundo os três que estavam comigo, fiquei desacordada alguns segundos, cai e já recobrei os sentidos. Mas para a minha mente foram horas, viajei voando por cima de montanhas, vales e cidades, paisagens da mais diversas cores e cheiros, ouvi diversos dizeres pronunciados por pessoas que não via, acima de mim um céu azul mais lindo e brilhante impossível. Passei dias me sentindo leve e feliz com as palavras ouvidas em minha mente sem conseguir reproduzi-las pois pareciam que estavam além de minha capacidade de pronuncia.
Atualmente após algumas práticas de yoga tenho lampejos destas sensações e quando me vejo perdida, prestes a ser devora pelos minotauros que escaparam de Teseu, respiro e me concentro na sensação de plenitude já experimentada e o fio do novelo de Ariadne aparece me indicando a saída e agradeço a Deus por ter vivido tudo isso.


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