sábado, 9 de abril de 2011

Existência


"existimos, sem nos ser, para sermos o que lhes convém a eles" (Darcy Ribeiro)


Embora Darcy Ribeiro esteja se referindo ao povo brasileiro, hoje esta frase é muito pertinente a minha vida, as pessoas vivem de convenções, padrões de comportamento que todos devem se adequar. 
Uma colega me perguntou se tenho coragem de me "descasar" pela segunda vez, essa pergunta foi tão intrigante e seu complemento mais ainda, " as vezes precisamos nos submeter a certas coisas pelo casamento". Mas me pergunto, o que é um casamento? 
Quando escuto mulheres conversando sobre relacionamento, sexo e amor, fico calada pois não consigo perceber um mínimo de congruência entre o que ouço e o que penso.  Amar o outro é também exigir que ele te respeite, porque para amar é necessário primeiro amar a si mesmo e quem se ama se respeita e exige respeito. Sexo não é banal, nem tão pouco excepcional, apenas normal, simples, inerente a todo ser sexuado. Quanto a relacionamento acredito que nascemos para sermos felizes se não há felicidades temos que busca-la.
Não há como ser feliz, anulando a personalidade, desta forma anula-se também a existência.Pois eu existo a partir do momento que eu me coloco como individuo pensante, criativo, dinâmico. 
Será que nós mulheres pensamos que conquistamos a liberdade, mas ainda usamos cintos de castidade sociais, será que a liberdade que julgamos ter, são prisões invisíveis que validam as afirmativas: mulher precisa de marido, homem pode mulher não, mulheres só progridem quando usam a sedução?
Quanto mais penso, mais perguntas encontro.

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