domingo, 14 de agosto de 2011

Se eu fosse uma árvore

No quintal da casa da minha avó tinha enorme seringueira, as vezes meus tios faziam balanços com corda e passávamos a tarde balançando, adorava ver meus pés tocarem o céu no vai e vem inebriante. Aos sábados as mulheres que vinham com suas sacolas pesadas da feira, que acontecia ali próximo, paravam para descansar em sua sombra refrescante, as vezes os meninos subiam em seus galhos fortes para brincarem de Tarzan e quando chovia fazíamos barquinhos com as folhas caídas no chão colocando - as nas enxurradas. Um dia quando virei a esquina chegando a casa da minha vó, qual foi minha triste surpresa, a árvore não estava mais lá, apenas um vazio, um buraco gigante na paisagem, parecia que até o céu estava mais alto. Disseram que suas raízes estavam quebrando o muro, a calçada e estava ficando perigoso. Penso que deveriam ter tirado o muro, não aquele maravilhoso gigante pacifico e aconchegante que trazia refresco, descanso e alegria.
Se eu fosse uma árvore, seria uma seringueira, forte, grande, com raízes enormes. Embora a seringueira não fique  maravilhosamente florida como o ipê, escolheria ser esta árvore, com sua copa majestosa e acolhedora refrescaria quem precisasse de descanso debaixo de minha ramagem. Com todo prazer quebraria muitos muros mesmo que isto me custasse a vida.

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